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domingo, 21 de novembro de 2010

IPB de Wagner comemora mais um aniversário

Neste final de semana, 20 e 21, a Igreja Presbiteriana de Wagner está comemorando mais um aniversário, são 87 anos evangelizando a cidade e a Chapada Diamantina. Dois dias de culto em Ação de Graças pelos trabalhos realizados ao longo de quase dez décadas.
No sábado o templo estava lotado de membros locais, de várias regiões e visitantes.
A UMP de Utinga parabeniza a igreja, e que Deus os abençoe sempre.


HISTÓRIA DE WAGNER E A MISSÃO PRESBITERIANA
Quando os missionários presbiterianos norte-americanos se instalaram na fazenda Ponte Nova, a partir de 1906, existiam outras fazendas e algumas casas esparsas naquela região. Em menos de duas décadas surgira um aglomerado urbano que, apesar de ter dimensões modestas, apresentava marcas da cultura norte-americana. Os signos daquela cultura imprimiram "sua potencialidade sobre o real, fixando marcas, se não perenes, pelo menos tão vigorosas para que ainda subsistam hoje" (Rama, 1985, p. 33). A imagem de uma "ilha" norte-americana, produzida pelos missionários, com seus hábitos e costumes, vai configurando a identidade da futura cidade, rompendo com antigas tradições. A construção de prédios monumentais, a abertura de novas vias de circulação produzindo um traçado urbano, possibilitariam uma intensa circulação entre aquela cidade e outras regiões.
No interior da Chapada Diamantina, sob os auspícios da Missão Central do Brasil, a estação missionária planejada e fundada por William A. Waddell pretendia dominar e civilizar seu entorno, evangelizando e educando, salvando o corpo, a mente e o espírito de moradores da região. Para o missionário, o complexo seria uma fronteira civilizadora no "Brasil tropical", compondo seu anel de poder através dos missionários que também eram administradores, educadores, engenheiros, médicos e enfermeiras.
Antigo centro produtor de arroz, açúcar mascavo, rapadura e aguardente, o município de Wagner está localizado na Chapada Diamantina Meridional, distante 384 km de Salvador, e 65 km de Lençóis. O nome da cidade homenageia o engenheiro alemão Franz Wagner pelos serviços prestados à população durante a seca que assolou o Nordeste no final da década de 1880. A partir de sua fazenda, foram surgindo outras fazendas, dando origem a um núcleo populacional que ficou conhecido por Cachoeirinha, às margens do rio Utinga, embrião do futuro município. Posteriormente, seus moradores fizeram um requerimento à Câmara Municipal de Morro do Chapéu solicitando a mudança de Cachoeirinha para Wagner, o qual foi atendido, em 8 de abril de 1891 (Bahia, 1995).
Dando visibilidade ao seu projeto civilizador, durante décadas, a Missão Central do Brasil investiu na construção de edifícios para suas instituições – escola, igreja e hospital. Apesar da decadência atual da cidade, ainda hoje é possível verificar a monumentalidade destas construções, tendo em vista o cenário local. A primeira construção realizada por William A. Waddell provavelmente no ano de 1907, foi a Igreja Presbiteriana de Wagner, chamada inicialmente de Egreja Christã Presbyteriana de Ponte Nova. O terreno escolhido para construir a igreja ficava na margem esquerda do rio Utinga, numa área alta e salubre da fazenda. Anos depois, a igreja foi ampliada, construindo-se uma fachada mais moderna. O novo edifício possuía uma torre central, com várias janelas e portas bastante altas e largas, possibilitando uma maior ventilação e iluminação. Ainda sob a direção de William
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A. Waddell foram construídas duas casas ao lado da igreja, provavelmente em 1909, que funcionaram inicialmente como internato para os rapazes que estudavam no Instituto Ponte Nova, e salas de aula.
A presença daquele grupo religioso também imprimira um modelo arquitetônico às residências da cidade que ficavam próximas aos seus prédios. Todo aquele aparato pedagógico, cultural, num espaço rural, facultou a formação de um núcleo urbano. O espaço urbano ocupado pela Missão demonstrava uma forma social organizada por aqueles indivíduos. É possível verificar a presença da ordem social presbiteriana norte-americana na realidade física do centro urbano de Wagner na arquitetura de suas casas. Muitas fachadas seguem estilo vitoriano norte-americano, em vértice, com colunas nas extremidades. Algumas ainda possuem as telas de proteção contra os mosquitos.
No centro urbano de Wagner pode-se ler uma simbologia através de uma nomenclatura que manifesta a presença daquele grupo religioso. A principal avenida da cidade chama-se Avenida 12 de Agosto, em comemoração à chegada do primeiro missionário presbiteriano norte-americano ao Brasil, e ao início do funcionamento do Instituto Ponte Nova. A rua Régis recebeu esta denominação em homenagem ao abastado casal presbiteriano Floriano e Carmélia Regis, vindo da cidade de Campo Formoso, provavelmente, na década de 30 do século XX. Na casa em que moravam, tinha um pomar aos fundos; na frente, um grande jardim e, ao lado, uma quadra de esporte, balanços e gangorras. A rua Dalila Costa foi uma homenagem a uma professora sergipana do Instituto Ponte Nova quando ainda era viva. A rua Samuel Graham registra o nome de um missionário norte-americano, ex-diretor do Instituto Ponte Nova. A rua Américo Chagas, do médico baiano, presbiteriano, que também trabalhara no Memorial Hospital, em Wagner. A rua Ponte Nova, em homenagem ao Instituto Ponte Nova.

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